Quero ser ninguém, só eu.
Não importa não ser eu alguém,
mas quero ser só eu, mais ninguém.

Grande minhoca


Certas construções carregaram tantas coloridas pessoas em suas estruturas que, por si só, exalam nostalgia.
Caminhar num dia frio de maio quase fim, num prédio comprido pros lados, recheado de plantas floridas e molhadas, debaixo de um barulho contínuo de máquina trabalhando, sentir aroma de tempo pesando nos olhos de uma época que parece já ter passado por tudo o que o homem é capaz de criar, perceber que momentos distantes por décadas se embaralham enquanto os passos apressados deixam as portas e plantas para traz. Encostar com o rosto no vento frio que circula por cada individuo no estreito de concreto, levantando seus pelos e incorporando os espíritos à sua essência.
Marteladas no meu peito -
a ordem de despejo
pregada no coração:
Vai se embora, amor!
Só volte se for
fantasiado de paixão.

Prió

Dom Quixote, destruído,
caminhava por entre as
Novas Almas Palpitantes,
jovens à flor da pele,
trocando a realidade por
paraísos artificiais.
Alcançar o êxtase da ilusão,
fritar a desencantada realidade.
A pele é enrugada e a lucidez é a
fé na cavalaria
de se viver todo dia
atrás de um trago.